quinta-feira, março 15, 2007

Pensamentos de Eduardo Sá


“Os mais velhos só aprendem quando aceitam que, para educar os outros, é necessário, em primeiro lugar, querer aprender com eles. E isso só é possível quando, nas intenções da educação, a aquisição de conhecimentos for substituída pelo carinho à sabedoria.”



“Não tem sentido que se condicione a avaliação do carácter de uma pessoa à homo ou à heterossexualidade. Se alguém imagina outras pessoas como objectos descartáveis (submetidas - como marionetas - ao desejo sexual, e se esse desejo domina todos os seus actos) então - independentemente de ser homo ou heterossexual, trolha ou erudito - é má pessoa.”



“Amar é conhecer mais do outro do que ele sabe de si próprio, e descobrir que ele conhece mais de nós do que nós mesmos.”



“Escolher é dividir e multiplicar ao mesmo tempo.”



“Crescemos imaginando que é possível aprender sem errar. No amor, por maioria de exigência. O que transforma, muitas vezes, o coração numa folha de cálculo. Ora, do mesmo modo que dar à luz não é tirar todas as dúvidas (mas pôr problemas), errar é aprender. E descobrir que, olhando por quem se olha, o importante nunca é saber como se faz, mas com quem se conta para chegar ao que se quer.”



“A frieza é, para todos nós, o congelador do desespero. Evita a dor que sentimos nos faça desabar, como um castelo de cartas. Por outro lado, se o ódio é uma espécie de tira-nódoas do sofrimento, a frieza é a melhor defesa contra o risco do ódio surgir como um vulcão que nos engole.”



“É certo que quase nada vale por aquilo que parece. E, no entanto, talvez o que pareça valha sobre o quase-nada que lhe falta para ser tudo aquilo que não é.”



“Nunca nascemos preparados para aquilo que parece. Mas aquilo que parece é que domina o nosso crescimento.”



“Aquilo que separa também nos liga ao crescimento, logo que unimos todas as diferenças.”



“Porque é que as pessoas (se as pensarmos em abstracto), se desencontram da sua natureza e se tornam feias e azedas, à medida que crescem? Porque, ao contrário da natureza, são escassas as vezes que aprendem com a experiência. Porque não querem? Não; porque a complexidade dos seus sentimentos e do seu pensamento é grande. E, enquanto a natureza metaboliza as diferenças em ciclos de tempo onde caberiam muitas gerações humanas, é raro que uma pessoa encontre quem transforme, num período circunscrito da sua vida, sofrimentos enquistados, sentimentos por legendar e pensamentos que, simplesmente, se intuíram, sem nunca se terem formulado.”

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