domingo, abril 29, 2007


Hoje de manhã ouvi esta música e lembrei-me de ti!
Esta música é para ti Sarinha :)


Forest Fire


Lloyd Cole - Fores...



i believe in love, i'll believe in
anything
that's gonna get me what i want
and get me off my knees

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sexta-feira, abril 27, 2007






Se desconfiarmos que alguém mente, finjamos crença: ele há-de tornar-se ousado, mentirá com mais vigor, sendo desmascarado. Por outro lado, ao notarmos a revelação parcial de uma verdade que queria ocultar, finjamos não acreditar, pois assim, provocado pela contradição, fará avançar toda a rectaguarda da verdade.




Arthur Schopenhauer, in "Aforismos para a Sabedoria de Vida"

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quarta-feira, abril 25, 2007

A maior tortura




Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia ...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite !



E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia ! ...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a Mágoa no seu leite !



Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado !



Mas a minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para gritar num verso a minha Dor ! ...



Florbela Espanca

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domingo, abril 22, 2007




um grito mudo vagueia
da minha boca fechada
para o limiar imprevisível da alma
soçobrada pelos cantos dos dias
porvir nas paredes dos teus olhos



e a sombra do que fui projecta-se
no arrebatamento das contrariedades



a dor embala-me nos seus braços...

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quinta-feira, abril 19, 2007






a estranheza da vida
estrelaçou-se nas minhas entranhas

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terça-feira, abril 17, 2007





o teu silêncio mata-me por dentro
o meu silêncio esse então é atroz



o abraço que te quero dar mas não dou
a mão que te procura e não te encontra
o meu olhar que foge obstinadamente do teu
esganam-me a alma sobressaltada



é aquele sentimento que não encontra
o teu porto na tempestade dos oceanos



é a chuva que não pára de sair de mim

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quarta-feira, abril 04, 2007




a acácia no verão devora a terra
lamentando a cor das suas folhas
na vã tentativa do seu lamento
alimentar com água a árida terra



a acácia no verão grita aos céus
na esperança dos seus clamores
fazerem tremer as impávidas nuvens
que pairam sobre as nossas cabeças



lamentos
gritos
choros
tremores
sensações desertas
terra infértil
céu electrico



a acácia no meio do círculo
tumultuoso das ondas do teu sorriso

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terça-feira, abril 03, 2007




coisas que acontecem



o tempo errado
o tempo certo
provavelmente só tempo
tempo que ninguém controla
que entra por nós adentro
com os seus trovões
com as suas chuvas
com o seu calor


coisas que acontecem


o cabelo que cai
a lágrima que desce
a mão que treme
o pulmão que não respira
o olho que se esfrega num tique
o estomâgo que teima em dar voltas
e voltas e voltas e voltas
o coração que estremece


coisas que acontecem


um cigarro que se fuma sem razão
um livro que se folheia pelo vento
um whisky que afoga a perdição
um pão com bolor que se leva à boca
um café quente que se entorna nas calças
um jornal rasgado na notícia que querias ler
uma carta que teima em não chegar
um poema que se escreve no grito da alma


coisas que acontecem


naquela infíma parte de todos nós
que não controlamos

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segunda-feira, abril 02, 2007




as folhas amarelas caem

quando o vento as abraça

no murmúrio da tua voz

ilaçada de pérolas ferozes


no chão coberto pelo fogo

as linhas da tua sombra

tomam-se de vida agreste

como o mar toma-se de rio


aí nesse instante assombroso

as ruínas de um velho teatro

implodiram ao uivar de um lobo


o silêncio cobria o vento agora

e o movimento dos teus olhos

raspava muito ao de leve no meu braço

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domingo, abril 01, 2007






a lágrima escorre pela face do mar

dançado eroticamente entre as algas

do teu corpo líquido de um azul

verde das tuas costas que no meu

ornato são mera quimera

onde os meus olhos lançam

rios sedentos da tua posição de musa

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